Apenas uma pequena sombra na Terra

domingo, 1 de maio de 2016

Devaneios de um velho espírito


Sua vida fora como um sonho lúcido: intenso, emocionante e curto, porém, extremamente real.
Ao seu próprio modo ele costumava ser um cara de pequenos prazeres. Como quando o vapor de uma xícara de café subia quente aos seus olhos e embaçava as lentes sujas dos seus óculos de armação grossa, e então, ele sorria e esperava calmamente que se dissipasse, enquanto que por poucos segundos esquecia-se de onde estava. Ou quando uma conversa interminável entre duas pessoas, a quilômetros de distância, o fazia ter esperanças de que era possível se apaixonar apenas pelo modo de pensar de outro ser humano e que nada mais importaria. E que aquele simples sorriso gentil de um estranho cruzando seu caminho em uma avenida lotada, significava que eram espíritos amigos de longas datas felizes em se ver novamente, mesmo que brevemente.
Era isso que o fazia feliz.

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